quarta-feira, 28 de março de 2007

É Que o De Cima Sobe e o De Baixo Desce...

O atual cenário econômico do país começou a dar alegrias, com a tendência de queda na taxa de juros. O problema é que quando começa a ficar bom para os mais pobres, significa que os mais ricos começam a ganhar menos e estes últimos começam a “mexer os pauzinhos”.

Depois de décadas de reclamações do brasileiro sobre a altíssima taxa de juros que faz com que o crescimento seja travado pela falta de crédito (sem contar a taxa de impostos que faz do governo um verdadeiro sócio de todo indivíduo deste país), finalmente o Comitê de Política Monetária (COPOM) resolver promover uma queda significativa da taxa anual de juros. Ok, mas o que eu tenho a ver com isto?

Simplificando, quando a taxa de juros baixa, os bancos começam a ter condições de emprestar dinheiro a taxas menores para os empresários ou para qualquer correntista que queira comprar um carro novo, a casa própria e todas as outras coisas que todo mundo quer e merece ter. Isto é a boa notícia.

A má notícia é que, com uma taxa de juros baixa (algo em torno de12% ao ano) e a poupança rendendo 9% como está, ela, a poupança, passaria a ser um ótimo negócio. Acontece que isto não é bom financeiramente para os bancos.

O rendimento da poupança atrairia os investidores de fundos de renda fixa, pelo seguinte motivo: como hoje, os fundos de renda fixa rendem algo em torno de 12% a 13% ao ano e os bancos cobram uma taxa de administração anual em torno de 4%, o investimento seria pouco vantajoso, pois além de pagar imposto de renda o investidor receberia algo em torno de 9% (13% do rendimento - 4% da taxa do banco). Lembre-se de que a poupança é isenta de imposto de renda.

Como os bancos iam começar a perder muito neste cenário, fizeram uma pressão sobre o governo para que baixassem o rendimento da TR (um dos índices utilizados para cálculo do rendimento da poupança). Acontece que a TR é também utilizada para cálculo de rendimento do Fundo de Garantia sobre Tempo de Serviço, o FGTS. Assim, todo trabalhador assalariado sai perdendo nesta.

Isto me faz lembrar uma musica um pouco velha, mas que continua atual:
“(...)
Onde o rico cada vez fica mais rico /
E o pobre cada vez fica mais pobre /
E o motivo todo o mundo já conhece /
É que o de cima sobe e o de baixo desce /
(...)”

terça-feira, 20 de março de 2007

Acabou o Projeto. E Agora?

Prestadores de serviço, com alguma (indesejável) freqüência terminam um projeto e acabam não tendo o que fazer logo em seguida. As pessoas ou empresas ficam muito dependentes do aquecimento do mercado, e quando a maré não está para peixes, acabam tendo que tirar férias forçadas.

Como tudo na vida, existem duas maneiras de encarar esta situação: uma positiva e outra negativa. Vou comentar somente a positiva.

Muitas vezes “nos matamos” em alguns projetos e se não temos outro para começar logo em seguida, uma boa idéia e tirar uma pequena folga. Se você ainda tem tempo, uma boa idéia é investir em estudos para certificações em algumas tecnologias. As possibilidades são amplas. Eis alguns exemplos:
a) Java:
1. Sun Certified Java Associate (SCJA)
2. Sun Certified Java Programmer (SCJP)
3. Sun Certified Java Developer (SCJD)
4. Sun Certified Web Component Developer (SCWCD)
5. Sun Certified Business Component Developer (SCBCD)
6. Sun Certified Developer For Java Web Services (SCDJWS)
7. Sun Certified Mobile Application Developer (SCMAD)
8. Sun Certified Enterprise Architect (SCEA)

b) SAP:
1. Solution consultant certification
2. Technology consultant certification
3. Development consultant certification
4. SAP user certification

c) Oracle:
1. Database Administrator
2. Application Developer
3. Web Administrator
4. Oracle E-Business Financials Consultant

Fiz uma busca rápida na internet procurando identificar com valores o quanto uma certificação pode render na prática de retorno para o profissional. Não achei nada muito confiável, mas parece haver um consenso dos profissionais de RH: a certificação ajuda muito a manter alta a empregabilidade e o retorno financeiro, mais cedo ou mais tarde acaba aparecendo.

Contudo, acho que não vale a pena fazer qualquer certificação. As certificações em tecnologias de baixo nível, como por exemplo em linguagens de programação, têm duração curta. Elas devem ser somente um primeiro degrau na escada das tecnologias. Certificações para arquitetos e consultores estão num ótimo nível para garantir boas oportunidades de trabalho.

sábado, 10 de março de 2007

Dia Mundial de Combate ao Populismo

No dia 8 de março de 2007 fomos agraciados com mais uma pérola do nosso excelentíssimo senhor Presidente da República, em mais um de seus muitos pronunciamentos de improviso. Ele sugeriu o dia mundial de combate à hipocrisia. Eu gostei da idéia e sugiro mais: o dia mundial de combate ao populismo.

Falar alto, fazer bravatas de campanha, dizer o que as pessoas querem ouvir para receber aplausos têm sido o cotidiano dos presidentes latino-americanos como Hugo Chavez, Evo Morales e Lula. Sempre com o discurso de defender as minorias, estes presidentes ligam a metralhadora giratória e começam a disparar para todos os lados ofensas e a implementar idéias cujos frutos serão colhidos pelas gerações futuras.

Nos últimos, dias dois fatos me chamaram a atenção para este populismo e tendência simplista de resolver as coisas: (a) o fechamento por 48 horas de uma fábrica da Coca-Cola na Venezuela, um dos maiores símbolos americanos e (b) a defesa do uso da camisinha para diminuir a evasão escolar (por motivos de gravidez) e combate à AIDS.

No primeiro caso, Chavez não está prejudicando o presidente Bush, a quem ele considera como um diabo. Não prejudica os EUA e talvez não prejudique nem a própria Coca-Cola como um todo. Fechando uma fábrica situada em território Venezuelano, Chavez prejudica somente aos trabalhadores desta fábrica, cuja maioria provavelmente é da própria Venezuela. Fica então a pergunta: quem, em sã consciência, teria coragem de investir na Venezuela? Menos investimentos é menos emprego, é menos desenvolvimento...

No segundo caso, o nosso presidente e também filósofo futebolístico, trata o problema da evasão escolar e da AIDS como um problema de acesso, ou seja, se o corpo do homem não acessar o corpo da mulher (protegidos por uma camisinha) teremos um país com maiores taxas de escolaridade, menos gravidez precoce e quase sem a AIDS.

Talvez o problema do imperialismo norte-americano na América latina, o problema da AIDS e o problema da gravidez precoce estejam todos diretamente associados a uma mesma fonte: a falta de informação e educação. Não me refiro aqui somente à física, à matemática e ao português, mas a temas como ética e responsabilidade social. Um homem e uma mulher (ou mesmo adolescentes) que tem relação sexual têm que ter consciência de que eles poderão arcar com a responsabilidade de serem pais, chefes de família, responderem pela criação de um ser humano. Não há nenhum mal nisto, mas a pergunta que fica é: eles têm responsabilidade para tal?

Será que os nossos presidentes populistas têm responsabilidade para serem realmente presidentes? Ou basta bater forte na mesa e falar o necessário para ser aplaudido ali, naquele momento? Muitas vezes, um grande pai e uma grande mãe têm que tomar decisões enérgicas que muitas vezes desagradam os filhos, mas que visam o seu bem. Será que estes estadistas têm coragem para fazer o que é realmente bom para o seu povo, mesmo que isto no curto prazo não lhes renda votos?

segunda-feira, 5 de março de 2007

O Que É Preciso Para Conseguir Um Bom Emprego (Ou Manter Um)

Constantemente, me vejo em discussões sobre o que é preciso para se conseguir um bom emprego ou para se manter em um. Que tipo de metodologia, quais tecnologias, quais processos, quais certificações são necessárias para garantir a empregabilidade de um profissional. Com certeza, para todas as áreas de trabalho existem diversas respostas possíveis para estas questões. Entretanto, existem algumas características que não estão associadas ao conhecimento técnico, mas que podem auxiliá-lo, fomentando uma carreira promissora.

Muito mais importante que o saber é aprender a aprender. Segundo Sócrates (470-399 a.C.) “... mais inteligente é aquele que sabe que não sabe”. O profissional de hoje precisa ser dinâmico. Observar tendências, analisar possibilidades, procurar o que mais se identifica com sua carreira e mergulhar em estudos.
Não acredito que a vida profissional deva ser um mar de estresse, com estudos diários em ritmo alucinante. Entretanto, não dá para achar que a vida terminou após obter um conhecimento interessante ou um importante reconhecimento profissional.

Aprender é uma arte que precisa ser trabalhada. É preciso praticar. Quando estamos mais novos, temos que aproveitar a energia para dedicarmos a este aprender a aprender. Os mais velhos reclamam que já não aprendem com a mesma facilidade. Contudo, acredito que eles possuem uma habilidade diferencial: a experiência. Um profissional experiente tem melhores condições de identificar melhor as tendências e aplicar a elas, experiências passadas. Muitas vezes, os problemas mudam a cara e o nome de suas soluções, mas a essência permanece a mesma e só a experiência é capaz de perceber isto.