sábado, 10 de março de 2007

Dia Mundial de Combate ao Populismo

No dia 8 de março de 2007 fomos agraciados com mais uma pérola do nosso excelentíssimo senhor Presidente da República, em mais um de seus muitos pronunciamentos de improviso. Ele sugeriu o dia mundial de combate à hipocrisia. Eu gostei da idéia e sugiro mais: o dia mundial de combate ao populismo.

Falar alto, fazer bravatas de campanha, dizer o que as pessoas querem ouvir para receber aplausos têm sido o cotidiano dos presidentes latino-americanos como Hugo Chavez, Evo Morales e Lula. Sempre com o discurso de defender as minorias, estes presidentes ligam a metralhadora giratória e começam a disparar para todos os lados ofensas e a implementar idéias cujos frutos serão colhidos pelas gerações futuras.

Nos últimos, dias dois fatos me chamaram a atenção para este populismo e tendência simplista de resolver as coisas: (a) o fechamento por 48 horas de uma fábrica da Coca-Cola na Venezuela, um dos maiores símbolos americanos e (b) a defesa do uso da camisinha para diminuir a evasão escolar (por motivos de gravidez) e combate à AIDS.

No primeiro caso, Chavez não está prejudicando o presidente Bush, a quem ele considera como um diabo. Não prejudica os EUA e talvez não prejudique nem a própria Coca-Cola como um todo. Fechando uma fábrica situada em território Venezuelano, Chavez prejudica somente aos trabalhadores desta fábrica, cuja maioria provavelmente é da própria Venezuela. Fica então a pergunta: quem, em sã consciência, teria coragem de investir na Venezuela? Menos investimentos é menos emprego, é menos desenvolvimento...

No segundo caso, o nosso presidente e também filósofo futebolístico, trata o problema da evasão escolar e da AIDS como um problema de acesso, ou seja, se o corpo do homem não acessar o corpo da mulher (protegidos por uma camisinha) teremos um país com maiores taxas de escolaridade, menos gravidez precoce e quase sem a AIDS.

Talvez o problema do imperialismo norte-americano na América latina, o problema da AIDS e o problema da gravidez precoce estejam todos diretamente associados a uma mesma fonte: a falta de informação e educação. Não me refiro aqui somente à física, à matemática e ao português, mas a temas como ética e responsabilidade social. Um homem e uma mulher (ou mesmo adolescentes) que tem relação sexual têm que ter consciência de que eles poderão arcar com a responsabilidade de serem pais, chefes de família, responderem pela criação de um ser humano. Não há nenhum mal nisto, mas a pergunta que fica é: eles têm responsabilidade para tal?

Será que os nossos presidentes populistas têm responsabilidade para serem realmente presidentes? Ou basta bater forte na mesa e falar o necessário para ser aplaudido ali, naquele momento? Muitas vezes, um grande pai e uma grande mãe têm que tomar decisões enérgicas que muitas vezes desagradam os filhos, mas que visam o seu bem. Será que estes estadistas têm coragem para fazer o que é realmente bom para o seu povo, mesmo que isto no curto prazo não lhes renda votos?

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